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quarta, 21 de maio de 2025
Morreu, aos 76 anos, ex prefeito Honório Amadeu
28 de janeiro de 2012


Jales perdeu na tarde do sábado, dia 28 de janeiro, um dos homens mais importantes de sua história. Honório Amadeu, de 76 anos, prefeito do município durante dois mandatos, entre 1965 e 1969 e 1973 a 1977, faleceu na Santa Casa de Misericórdia da cidade, vitima de Pneumonia e Diabetes Mellitos.
Seu Honório, como era carinhosamente chamado pela população, também foi eleito vice-prefeito para o período de 1957 a 1961 e vereador entre 1961 a 1965. De acordo com o Projeto Memória editado pela jornalista Ayne Regina Gonçalves Salviano, Honório Amadeu foi aclamado pela população jalesense como o "melhor de todos os prefeitos" que o município já teve.
Honório mudou-se para Jales em 1946, onde tornou-se pecuarista e administrou os negócios da tradicional família Amadeu. Era casado com Alice Canhada Amadeu, com quem teve cinco filhos: João, Honório, Adinaldo, Maria Eliza e Maria Alice.
O corpo do homem que foi um dos mais importantes da história da cidade, exemplo de caráter, ética e humanitarismo, foi velado na Câmara Municipal de Jales, por onde passou centenas de pessoas e autoridades como o prefeito Humberto Parini, presidente da Câmara, Luiz Henrique Viotto, vereadores Pérola Fonseca Cardoso, Luís Especiato, Salatiel Souza de Oliveira, Osmar Pereira de Rezende, Rivelino Rodrigues, Sérgio Nishimoto e Claudir Aranda. Os demais vereadores da Casa, que não puderam comparecer ao velório, manifestaram seus pêsames através de condolências à família. Também estiveram presentes os ex-prefeitos Hilário Pupim e Antônio Sanches Cardoso, a ex primeira-dama Maria Francisca Bogaz Caparroz, secretários municipais, autoridades locais e regionais, além da comunidade. A deputada estadual Analice Fernandes e o ex-deputado federal Vadão Gomes também prestaram homenagens ao ex prefeito de Jales.
A Prefeitura do Município de Jales, através do Decreto 5659, de 30 de janeiro de 2012, determinou Luto Oficial de três dias. Diversos sites e emissoras de rádios noticiaram a morte de Honório Amadeu ao longo da semana.

Grande homem

Honório Amadeu, primogênito do casal João e Elisa Amadeu, nasceu em 20 de setembro de 1935, na cidade de Talhado, pequeno distrito de São José do Rio Preto. Veio para Jales quando tinha 11 anos, em 25 de junho de 1946, em companhia dos pais e irmãos Adinaldo, o Lita, e Jerônimo Amadeu.
No entanto, toda vez que se falava de sua origem, Honório sempre afirmou: "Sou jalesense porque vivi mais de 50 anos aqui".
A família do patriarca João Amadeu, de poucas posses na época, veio tentar a vida no sertão de Rio Preto e, segundo a fala de Honório: "Naquele tempo só vinha para o sertão quem não tinha nada".
Aqui passou o restante de sua existência enfrentando a precariedade das escolas sem estruturas, sem sanitários adequados, poucas opções de diversão e ruas lamacentas e empoeiradas. Os recursos didáticos só não eram dos piores porque existiam determinação e dinamismo das mestras Eljácia Moreira, Meire Salustiano, Adalgiza Barcelino, Hilda Rochel e outras igualmente zelosas pelo aprendizado.
O aluno novato, que juntamente de Genésio Seixas, fonte dessas informações, participou dos mesmos bancos escolares em 1946 e 1947, não fazendo a menor idéia de que um dia seria eleito pelo voto para trazer-nos o asfalto, construir escolas e desenvolver o progresso jalesense como vereador, vice-prefeito e prefeito por dois mandatos. Entre dezenas de alunos, então faziam parte como seus colegas, Ozil Rezende, Adélia Tanholi, Wanda Ilza, Bernardino Seixas, Jair Pêgolo, Wilman de Freitas, Ovídio Miranda e Lurdes Gerez.
Honório ainda dizia: "Meu pai veio muitas vezes de Estrela D´Oeste a Jales à pé porque não tinha condução. Para ir a São José do Rio Preto levava-se um dia todo porque era um ´trilheiro´ e não uma estrada. Energia elétrica nem se falava ainda; telefone só em Rio Preto e rádio para ouvir futebol só tinha um que me lembro".
Sobre sua escolaridade dizia: "Foi a escola que tive a oportunidade de ter. Eu queria estudar, mas não possuía condições. Precisava ajudar o meu pai e, se quisesse no segundo grau e superior, precisaria ir para Rio Preto ou mais longe". Honório e os irmãos trabalharam com o pai até a morte dele, em 1960.
Em 1957, por influência do pai, italiano de nascimento, e do fundador Euphly Jalles, Honório deu a largada à corrida política que durou 20 anos.
Foi aos 21 anos que seu pai deu o nome de Honório para ser vice de Euphly, que concorreu contra Flávio Ferraz, onde relatou ao projeto memória: "Só dei o nome, meu pai é que fazia tudo". Alcançando esse espaço como vice-prefeito, declarou: "Era o Euplhy de um lado e eu de outro. Eu ficava bem longe porque tinha medo dele".
Recém casado com Alice Canhada Amadeu, foi eleito vereador na campanha de 1961.
Sempre foi sincero em declarar que nunca gostou de política, que havia entrado por causa do pai, mas se não gostava de política o que o fez tornar-se prefeito pela primeira vez em 1965? "Foi outra casualidade", declarou Honório.
Apaixonado por futebol cuidava do Clube Atlético Jalesense, o CAJ, desde 1963.
Resumindo sua trajetória política, foram quatro anos como vice-prefeito de Euphly; vereador no mandato seguinte com Rollemberg como prefeito, e ocupou este cargo majoritário entre 1965 a 1969. Nessa peleja venceu os candidatos Dr. José Reis - apoiado por Jalles e João do Carmo Lisboa - do partido político de Ademar de Barros. Passou a faixa para seu substituto eleito Dr. Edson de Freitas e dele recebeu-a de volta em 1973 - não era permitida a reeleição como o é em nossos dias. "... Talvez a política tenha dado dissabores ao homem que já foi considerado pela população como ´o melhor prefeito de Jales´ (1965/1969), mas há algo que Honório Amadeu não pode negar - e felizmente não negou - às futuras gerações: saber de sua luta, do seu trabalho por duas vezes diante da prefeitura". (Jornal de Jales, abril/1997). Eis uma de suas metas: "Não quero valetas para águas pluviais nas esquinas, quero encanamento e galeria".
Honório casou-se em 1959 com Alice Canhada, como já citado, com quem teve cinco filhos: João, Honorinho, Adinaldo (Ado), Maria Elisa e Maria Alice. Apaixonado pelo filhos, a quem sempre chamou de "filhos com açúcar", além de dizer que realizou-se mesmo como avô.
Para a esposa, Alice, no entanto, Honório Amadeu sempre guardou os maiores agradecimentos: "Ela teve muita participação na campanha e administração. Cuidava da parte social. Foi uma excelente primeira-dama. Gostava tanto que sempre fez serviço social, sem apoio de ninguém, mesmo depois de estar desvinculada a administração. Sempre foi uma lutadora".
Uma de suas falas que merece destaque é esta: "o instituto de educação me custou uma fazenda". Foi a primeira escola construída por Honório, ao lado do Ginásio de Esportes. Escola desativada a partir da criação da Escola Dom Artur, mas o interessante é que a obra saiu graças a venda de uma rifa promovida pelo próprio prefeito. Uma escola erguida por Honório foi a do Jardim Paraíso, a Eljácia Moreira.
Mesmo tendo saído com um rombo em seu patrimônio, saiu de seu mandato declarando estar satisfeito e gratificado por "ter servido meu povo e minha cidade". E encerrou sua carreira, existindo para si, apenas sua família e os negócios.
Honório Amadeu, que partiu, deixa saudade, mas além disso, deixa um legado a ser seguido, sendo um exemplo de homem, filho, marido, pai, político e cristão. Deixa muito mais que uma simples história, deixa uma cidade com sua marca e um caminho a ser percorrido por aqueles que desejam fazer desta Jales uma cidade melhor.
Convertido ao Senhor Jesus, foi enfático em dizer, quando de seu batismo: "descobri que meu nome não vale nada, o que vale é o nome de Jesus".
Enfim, não temos tempo nem palavras que possam relatar todos os seus feitos, pois uma vida pública, de um homem íntegro, honesto e exemplar não se resume em palavras, mas perpetua nos atos deixados na vida de todos que o conheceram.
À viúva, dona Alice Canhada Amadeu, primeira dama jalesense por duas vezes, aos filhos e netos enlutados, nossas condolências. - Honório adentra o portão da eternidade para viver com o descanso. Nós, com as saudades - (parafraseando o memorialista ourinhense Geraldo Machado).
Este texto foi escrito e adaptado com ajuda de Genésio M. Seixas e informações obtidas pela entrevista concedida em 2005 e através do livro Memórias de Jales e fascículo do Projeto Memória.
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